Saiba mais sobre as principais doenças de inverno e
quando se deve
recorrer ao pronto socorro infantil
Por Dra. Priscila Zanotti Stagliorio
No inverno é comum chegar no pronto socorro infantil e nos
depararmos com uma fila de espera no atendimento de até ou mais de 2 horas.
Isso se dá pelo fato de que nesta época do ano é comum quadros de resfriados,
gripes, otite, pneumonia, sinusite, asma, meningite, rinite, amidalite,
bronquiolite e rotavírus que lotam os estabelecimentos de saúde. Porém, o que
muitas mães ignoram é que levar a criança ao pronto atendimento infantil (PSI)
nem sempre é a melhor escolha a tomar, ainda mais quando as doenças estão no
seu início de manifestação.
Infelizmente, no Brasil, temos a cultura de atendimento de
PSI e não ambulatorial de prevenção. Isso não é bom, pois a criança pode chegar
com uma doença no hospital e sair de lá com duas ou mais, além do risco de
infecção hospitalar. Calma, vou explicar melhor para que as mães não fiquem
assustadas e entendam as recomendações de seus pediatras e quando de fato devem
ir ao PSI.
Doenças de inverno:
A maior característica do inverno é a baixa umidade do ar, especialmente
porque as chuvas ocorrem cinco vezes menos do que no verão e a temperatura é
mais fria, promovendo maior queima calórica do organismo, baixa a imunidade e,
dependendo das regiões do país, pode chegar a níveis negativos ou próximos
disto promovendo a hipotermia. É comum ficarmos com as janelas fechadas de
casa, carros coletivos e frequentar locais de grande concentração de pessoas
como shoppings e cinemas.
E essas condições favorecem grandemente para a proliferação
de doenças infecto respiratórias de cunho viral e bacteriano, além de outras
enfermidades ocasionadas pelo frio, como ressecamento da pele, doenças
cardíacas e problemas de circulação sanguínea.
Como mencionei no início deste
texto, existem diversas doenças que incapacitam nossas crianças de brincar e,
até mesmo, de aproveitar o período de férias, agora em julho. Mas o mais
importante, antes de qualquer dica de como lidar com elas, é saber quando levar
a criança ao pediatra em consulta no ambulatório/clínica e quando recorrer ao
atendimento no PSI.
Protocolos:
Quando os pais chegam na emergência
de um hospital, por exemplo, é comum serem questionados sobre o período de
manifestação dos sintomas e ou da doença na criança. Não fiquem com raiva de
quem os atende, pois trata-se de protocolos que todos os profissionais e
estabelecimentos de saúde devem praticar.
Os motivos são diversificados e depende do estado geral da
criança, assim como da doença e sua manifestação. Em geral, essa conduta é
praticada devido ao fator de que a doença – viral ou bacteriana – pode demorar
em torno de até 72 horas para o início de sua manifestação e possível
diagnóstico. Então, se você levar a criança antes deste prazo, pode ser que o
médico não consiga identificar seguramente qual pode ser o tratamento adequado.
Ressalto, apenas, que para crianças menores de três meses, independente do
período de febre, é importante levar ao médico ao menor sinal de febre, pois
nesta faixa etária não é comum ter febre e muito menos infecções.
Outro ponto importante para dizer é o fato de quando levamos
uma criança desnecessariamente a um ambiente (sala de espera) compartilhado com
outras crianças também doentes, as chances de que ela adquira novas doenças e
bactérias é considerável. É aquele ditado – chega com uma doença e pode sair
com outra. Por isso, sempre falo aos
pais de meus pacientes que me liguem indicando o quadro geral da criança e
sigam as minhas orientações, ainda mais que atuo em emergências e sei como
lidar com situações adversas.
Recomendações:
Antes de sair correndo para os hospitais, certifique-se que a
criança não está bem ao ponto de aguardar uma consulta presencial na
clínica/ambulatório médico. Se estiver em condições favoráveis, fale com o
pediatra.
Observe, a partir do primeiro dia da manifestação dos
sintomas a evolução do quadro – se a criança ficar prostrada, não quiser
alimentar-se ou se hidratar (beber água, leite e sucos naturais) por longos
períodos, fale com o pediatra por telefone ou mensagem e siga as suas orientações.
Caso não consiga contato, vá para o PSI.
Nunca automedique a criança, pois as chances de causar
alergias e reações adversas são grandes. Evite ir até a farmácia sem
receituário do médico para comprar o que lhe é indicado por atendentes sem
conhecimento profundo e ou certeza de diagnósticos.
Não fique se torturando com informações oriundas da internet,
sem fundamentos, fontes não confiáveis e ou com dados que não são relevantes a
situação atual da sua criança. Cada paciente reage diferentemente de acordo com
a sua imunidade e respostas fisiológicas.
Na dúvida de qualquer conduta médica e ou procedimento,
solicite esclarecimentos ao seu médico ou quem atende a criança. É um direito
seu saber o que acontece com a criança e quais são os procedimentos indicados
para o tratamento adequado.
Para entrar em contato comigo é só me escrever: dicasdepediatraemae@gmail.com ou acessar meus canais de comunicação: https://www.facebook.com/dicasdepediatraemae/
Definição:
De acordo com a definição do Ministério da Saúde,
pronto-socorro é o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência a
doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de
atendimento imediato, sendo que seu funcionamento deve permanecer ininterrupto
durante as 24 horas do dia e dispõe apenas leitos de observação
Saiba mais sobre das principais doenças:
- Febre - conheça as variações: 35ºC ou
menos: hipotermia / 36 a 37,5: normal / 37,7: estado febril / 37,8 a 39,5:
febre / 39,6 a 41: febre alta / 41,2 ou mais: hipertermia.
- Bronquiolite – saiba o que é: trata-se de uma doença provocada por diversos vírus, tendo como
mais comum o sincicial respiratório (VSR), que causa a inflamação dos
bronquíolos – parte final dos brônquios – e apresenta sintomas de infecções
virais da via aérea superior, com febre e coriza. Por isso o diagnóstico, nos
primeiros dias, pode ser confundido com outras doenças.
- Pneumonia - saiba o
que é: é uma doença de cunho inflamatório que
pode ser originada de bactérias, vírus, fungos e ou parasitas no pulmão e afeta
os alvéolos (sacos de ar microscópicos). Temos milhões de alvéolos no pulmão,
que compõem as estruturas estéreis, livres de quaisquer microrganismos
causadores de doenças. Seus principais agentes de contágio são os Streptococcus
pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus
aureus, microplasma, clamídia e Hemophilus.
Rotavírus – saiba o que é: é uma
bactéria transmitida por via fecal-oral, também, pelo contato direto entre as
pessoas, uso em comum de acessórios e utensílios pessoais (colheres, copos,
etc., brinquedos (falta de higiene e limpeza – lembrem-se que as crianças
lambem e levam a boca tudo o que podem), alimentos e água contaminada, além de
falta de saneamento básico.
-Gripe – saiba o que é: é uma
infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza, da qual existem
diversos tipos conhecidos como “cepas” e que podem promover quadros de
moderados a graves, dependendo da imunidade do paciente. Provoca febre, mal-estar
e sintomas que podem deixar a pessoa prostrada.
-Resfriado – saiba o que é:
também é provocada por meio de infecção
respiratória viral, oriunda de múltiplos vírus como Rinovírus, Adenovírus,
Parainfluenza. Diferente da gripe, não provoca febre, mas pode confundir os
pais no diagnóstico devido a coriza e mal-estar ocasionados nas crianças.
- Meningite – principais tipos: Principais tipos: Streptococcus
pneumoniae (pneumococo) – mais comum
e pode provocar infecções de ouvido e pneumonia. Existe vacina para combatê-la.
/ Neisseria meningitidis – é
extremamente contagiosa e afeta principalmente adolescentes e jovens adultos.
Se espalha na corrente sanguínea por meio de infecções respiratórias. / Haemophilus influenzae – comum
no contágio em crianças, essa bactéria está controlada no Brasil por meio da
vacina, que protege e imuniza contra a transmissão a partir de infecções no
trato respiratório. / Listeria
monocytogenes – mulheres grávidas, idosos, recém-nascidos e pessoas com
baixa imunidade são mais aptas ao contágio, enquanto a maioria das outras
pessoas não apresentam sequer os sintomas. / Meningite fúngica – pode elevar ao estado agudo da doença e
apresenta sintomas semelhantes aos da meningite bacteriana. Atualmente é menos
comum e não é transmitida de pessoa para pessoa.
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Sobre Dra.
Priscila Zanotti Stagliorio
É
médica pediatra há mais de dez anos, atua na zona norte de São Paulo, em
consultório particular, no Pronto Socorro do Hospital São Camilo – unidade
Santana, e na rede Dr. Consulta – unidades Tucuruvi e Santana. Em seu currículo
possui diversas participações em congressos, cursos de especialização e
atuações em prontos socorros, clinicas e ambulatórios médicos da grande São
Paulo – Capital. Oferece curso personalizado para gestantes, com o objetivo de
ajudá-las na mais importante missão de suas vidas: ser mãe. Para solicitar
informações sobre o curso de gestante:
priscilazs@yahoo.com.br / pediatraonlinetirasuaduvida@gmail.com / contato@jcgcomunicacao.com
- coloque no assunto a informação que deseja saber e ou solicitar. O consultório
está localizado na Av. Leôncio de Magalhães, 395, Santana- SP / 11- 2977-8697.
Colaboração textual:
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Comunicação e MKT
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